Colónias Africanas



        

            António de Oliveira Salazar foi uma personalidade extremamente conservadora. Sempre repudiou os exageros republicanos, mantendo um convívio com os monárquicos e com os adeptos do Integralismo Lusitano. Foi esta a faceta de Salazar que se repercutiu no sistema político que liderou durante 40 anos (1928-1968). No entanto, o Estado Novo distinguiu-se, de entre os outros fascismos, devido ao seu carácter profundamente conservador e tradicionalista. Repousou em valores e conceitos morais que jamais deveriam ser questionados: Deus, a Pátria, a Família, a Autoridade, a Paz Social, a Hierarquia, a Moralidade e a Austeridade. Respeitou as tradições nacionais e promoveu a defesa de tudo o que fosse genuinamente português. Assim, a sociedade urbana e industrial era fortemente criticada, enquanto o mundo rural, refúgio da virtude e da moralidade, era privilegiado.

            Seguindo a linha do nacionalismo fervoroso de Salazar, temos o slogan “Tudo pela Nação, nada contra a Nação”, o povo de heróis que era dotado de qualidades civilizacionais ímpares, de que eram testemunhas a grandeza da sua História, a acção evangelizadora e a integração racial levadas a cabo no Império Colonial. Para manter este último o Estado Novo viu-se obrigado a rever a sua política colonial e a procurar soluções para o futuro do nosso Império, numa altura em que o impacto da Segunda Guerra Mundial e a aprovação da Carta das Nações Unidas alteraram profundamente a conjuntura internacional em que decorrera a primeira década do Estado salazarista.
Esta Carta estavam implícitos os seguintes pontos, que deveriam ser respeitados por todos. Os seus principais objectivos eram:

  • Manter a paz e a segurança internacional, reprimindo os actos de agressão;
  • Desenvolver relações de amizade entre os países do Mundo, baseadas na igualdade entre os povos e no seu direito à autodeterminação;
  • Desenvolver a cooperação internacional no âmbito económico, social e cultural e promover a defesa dos Direitos Humanos;
  • Funcionar como centro harmonizador das acções tomadas para alcançar estes propósitos.

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